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sábado, 20 de agosto de 2011

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Leituras: (Ap 11,19; 12,1-3.6.10 / Sl 44 (45) / l Cor 15,20-27 / Lc 1,39-56)


     Hoje celebramos a maior de todas as solenidades da Mãe de Deus: a sua Assunção Ggloriosa ao céu. A solenidade da Assunção nos presenteia no evangelho com o texto do Magnificat. Trata-se do canto de Maria, ainda grávida de Jesus, que agradece a Deus pela graça recebida. É curioso, e convém sublinhá-lo, o fato de a Igreja nos oferecer um texto evangélico de uma Maria jovem para nos explicar o que aconteceu depois de sua morte. Diz o dogma que Maria subiu ao céu de corpo e alma. Que foi a primeira dentre todos nós. Sua Assunção é sinal e promessa da nossa. Mas a Assunção não foi apenas um fato que aconteceu em um momento determinado. Maria subiu ao céu porque viveu com o olhar posto em Deus. O Magnificat - o canto de Maria, jovem ainda, grávida de seu filho, que se encontra com sua prima Isabel, igualmente grávida - não é apenas uma bela poesia. Trata-se de claro testemunho do estilo de vida de Maria.
Mais tarde, a vemos inquieta. Circulam rumores de que Jesus está fora de si. Um dia, estando a ensinar, vêm dizer-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora a perguntar por ti". Maria sentia subir a oposição à volta de Jesus. Conhecia o destino reservada aos profetas. Temia pela vida do seu filho. Certamente também estava um pouco perturbada com o seu ensinamento nem sempre coincidente com o dos sumos-sacerdotes. Opor-se àqueles que são considerados os depositários da verdade exige muita lucidez e coragem.
 No Evangelho de João, encontramo-la em Caná. "Já não têm vinho", diz ela ao seu filho, que lhe responde: "Ainda não chegou a minha hora". É um pouco como se Maria desse Jesus à luz para o ministério. Ela diz aos criados, simplesmente: "Fazei o que ele vos disser"
.
 Junto à cruz, está de pé. Assume até ao fim. Jesus dirige-se à sua mãe pela última vez. Solenemente chama-lhe "mulher" e acrescenta "eis aí o teu filho", designando João de pé ao lado dela. A este diz-lhe "eis a tua mãe!"
. Palavra terna e cruel. O seu filho, aquele que ela trouxe no ventre, deu à luz, criou, amou, horrivelmente morto, confia-lhe um outro filho a quem, ao mesmo tempo, a confia. Como se um filho pudesse substituir outro! A maternidade não pode dobrar-se sobre si mesma, deve continuar a dar vida.
 Nada nos é dito de Maria e da Ressurreição, isso aconteceu no segredo do seu coração.
 Voltamos a encontrá-la no cenáculo, o quarto do sótão onde, depois da partida de Jesus, os discípulos se encontravam "unânimes, dizem-nos os Atos dos Apóstolos, assíduos à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e os seus irmãos". É a primeira imagem, simples e bela, da Igreja nascente: os amigos de Jesus, homens e mulheres, seus irmãos, sua mãe, todos juntos na expectativa do Espírito.

Esta é, portanto, a festa de plenitude de Nossa Senhora, a sua chegada a glória, no seu destino pleno de criatura. Nela aparece claro a obra da salvação que Cristo realizou! Ela é aquela Mulher vestida do sol, que é Cristo, pisando a instabilidade deste mundo, representada pela lua inconstante, toda coroada de doze estrelas, número da Israel e da Igreja! A leitura do Apocalipse mostra-nos tudo isso; mas, termina afirmando: "Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus e o poder do seu Cristo!" Eis: a plenitude da Virgem é realização da obra de Cristo, da vitória de Cristo nela!
Quanto nos diz esta solenidade! A oração inicial, citada no início desta homilia, pedia a Deus: "Dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória". Eis aqui qual deve ser o nosso modo de viver: atentos às coisas do alto, onde está Cristo, onde contemplamos a Virgem totalmente glorificada em Cristo. Caminhar neste mundo sem nos prendermos a ele. Aqui somos estrangeiros, aqui estamos de passagem, aqui somos peregrinos; lá é que permaneceremos para sempre: nossa pátria é o céu, onde está Cristo, nossa vida! O grande mal do mundo atual é entreter-se com seu consumismo, com sua tecnologia, com seu bem-estar, com seu divertimento excessivo e esquecer de viver atentos às coisas do alto. Mas, pior ainda, os cristãos também muitas vezes são infectados por essa doença! Nós, que deveríamos ser as testemunhas do mundo que há de vir, quantas vezes vivemos imersos, metidos somente nas ocupações deste mundo – muitos até com o pretexto de que estão trabalhando pelos irmãos e por uma sociedade melhor. Nada disso! Os pés devem estar na terra, mas o coração deve estar sempre voltado para o alto! Não esqueçamos: nosso destino é o céu, participando da glória de Cristo, da qual a Virgem Maria já participa plenamente! Aí, sim, poderemos cantar com ela e como ela: "A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador: o poderoso fez em mim maravilhas!" Seja ele bendito agora e para sempre.

Continuemos a nossa corrente de oração por Patrícia Rauédys, para que o Bom Deus lhe conceda uma boa recuperação, e que a sua nova visão seja para contemplar as coisas Alto, ou seja, a Palavra de Deus.

Homilia feita pelo Pe. Erivaldo Freitas (Pe. Casado - Associação Rumos)




4 comentários:

Anônimo disse...

Deus te abençoe e ilumine a sua mente. Sua homilia está muito bonita e profunda. Amemos a Mãe de Jesus e nossa Mãe.

Raquel - Sapeaçu - Bahia

Anônimo disse...

Em nossa Igreja, tem um padre que agora é Pastor. Acredito que um dia você será da nossa igreja. saiba que é o mesmo Deus e Deus realizou em Maria o seu Projeto de amor.

Lisandra - Santo Antonio de Jesus

I.C. do Brasil

Anônimo disse...

Te conheço desque você era seminarista e vinha muito na casa do padre Magno.

Lisandra - SAJ

Anônimo disse...

padre, gostaria que o senhor falasse mais sobre a subida de Maria ao céu. Fico confusa entre Assunção e Ascensão.

Júlia - Cruz das Almas