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domingo, 14 de agosto de 2011

LITURGIA DOMINICAL: 20º DOMINGO DO TEMPO COMUM - A MULHER CANANÉIA


 
Leituras: (Is 56,1.6-7 / Sl 66 / Rm 11,13-15.29-32 / Mt 15,21-28)

A chegada a um país estrangeiro implica sempre grandes dificuldades. Quem chega desconhece, geralmente, a língua, os usos e os costumes da nova nação. A comunicação se torna muito difícil. Além disso, em muitas ocasiões, os que vivem no país tendem a olhar o estrangeiro com desconfiança. Pensam que o recém-chegado vem para lhes tomar aquilo que é deles: postos de trabalho, direitos sociais etc. O estrangeiro, o imigrante, é uma ameaça. Por isso, alguns pensam que se lhes deve negar até mesmo os mínimos direitos. Há até mesmo quem chegue a dizer que as fronteiras deveriam ser fechadas para que ninguém mais pudesse entrar. Infelizmente esta é a nossa visão, este é o nosso pensamento, mas, saibamos comprender que Deus não faz distinção de pessoas.
Jesus era judeu. Viveu toda a sua vida na Judeia e entre judeus. Mas o evangelho de hoje nos relata seu encontro com uma estrangeira. Os cananeus, além de estrangeiros, eram o povo mais odiado e menosprezado pelos judeus. Além disso, Jesus pensava que sua missão era dirigida fundamentalmente aos judeus. Não havia nenhuma razão para fazer alguma coisa por uma cananeia. Ela insiste e insiste. Está com sua filha muito doente. Jesus compreende a sua necessidade, mas responde que ele foi enviado para os judeus. Mas a mulher insiste: "Até os cães comem as migalhas da mesa de seus senhores". Situa-se, assim, em uma posição de humildade completa e de confiança. E Jesus não pode fazer outra coisa a não ser atender ao pedido da mulher. O próprio Jesus teve que aceitar que a sua missão rompia os limites das fronteiras, raças, culturas e religiões. O amor de Deus dirige-se para toda a humanidade, sem exceção. Ninguém é desprezado por Deus. Todos são chamados para sentar-se à sua mesa. E não como cães, mas como filhos. Abrir fronteiras, abrir corações, e não desprezar ninguém por ser diferente é a grande lição do evangelho deste domingo. Diante de Deus não há ninguém diferente. Todos nós somos necessitados de salvação, de perdão, de reconciliação. E Deus nos senta à sua mesa como filhos que somos, porque nela há lugar para todos. Reconhecer as pessoas que, perto de nós e de muitas maneiras, gritam tal como a cananeia: "Tem compaixão de mim". Acolhê-las e nos compadecermos delas é nossa missão como discípulos de Jesus. Assim vamos preparando, desde já, o grande banquete do Reino para o qual Deus convidou toda a humanidade. A mulher do Evangelho de hoje não era israelita. Mesmo assim Jesus elogiou a fé daquela Cananéia mostrando algo da sua medida: "ó mulher, grande é tua fé" (Mt 15,28). Pode, portanto, dar-se um crescimento na fé? A fé pode ser maior ou menor? A partir das palavras de Jesus a resposta não pode ser mais que afirmativa. Além do mais, as orações da Igreja são constantes em pedir para nós o aumento da fé, da esperança e da caridade. Meu reitor do Seminário Menor, um dia fazia a reflexão deste Evangelho na capela do seminário e nos dizia o seguinte: "aquela mulher deixou Jesus sem roupa". Naquele momento não comprendi, somente depois estudando Teologia fui contemplando cada sinal deste evangelho e rezando, pedindo a Deus a sabedoria daquela mulher, que na sua humildade fez manisfestar a fé. A fé se manifesta na vida e uma vida cheia de fé consegue expressar-se como vida em plenitude. Daí a importância de que a nossa fé seja cada vez maior. Todo o nosso ser pede a graça da fé porque nós, criados por Deus, não descansamos a não ser nos braços do Senhor. O ser humano está necessariamente aberto à fé, a Deus; toda pessoa está sedenta de graça e de eternidade.
Neste domingo quero rezar por minha amiga Patrícia Rauédys, que se recupera de uma cirurgia, que o Bom Deus possa aumentar a sua fé e que lhe muitas sabedoria para ler o livro da Vida: A BÍBLIA.
 
Homília feita pelo Pe. Erivaldo Alcântara da Associação Rumos (Movimento Nacional das Famílias dos Padres Casados).

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